segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Um homem sem país

O jornalista americano Rafti Khatchadourian publicou um artigo muito interessante sobre Julian Assange com o título A Man Without a Country na revista New Yorker. Vale a pena ler. Conhecem-se há anos. Desde a época em que o fundador da Wikileaks estava em Nova Iorque. Longas conversas na embaixada do Equador, ficando com a impressão de que Assange é uma personagem complexa. Falaram praticamente de tudo. Do processo onde foi acusado de violador. "As batalhas com governos são fáceis, mas as batalhas com mulheres traiçoeiras são outra questão", disse Julian que falou sobre a fraqueza do sistema judicial da Suécia devido à "intromissão externa dos USA e da cultura feminista radical". Tem uma péssima impressão do jornalismo actual. "Nós não queremos salvar o jornalismo, mas sim destruir o que não merece viver. Está muito degradado, tem que ser reduzido a cinzas antes que uma nova estrutura possa aparecer". Ficámos a saber que o orçamento anual da Wikileaks é executado em milhões de dólares, fornecidos em parte por doadores que são canalizados através de ONGS. Em 2016 arrecadou centenas de milhares vindos dos Estados Unidos, "um império que se encontra em colapso". Houve uma frase de Assange em que me revejo: "A ideologia é demasiado simples para abordar como as coisas funcionam". Narcisista? Contraditório?  Não sei. Talvez. Mas gostei do retrato do homem que no "seu pequeno santuário de Londres interferiu nas instituições mais poderosas do planeta".

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